EDITORIAL

Os medidores de consumo de energia e a reação do usuário

A empresa de energia acumulou imagem negativa na comunidade local e deixou passar muito tempo para dar valor a esse item

acritica.com
16/03/2023 às 09:25.
Atualizado em 16/03/2023 às 09:25

(Foto: Divulgação)

Há um embate desigual entre a Amazonas Energia e os usuários dos serviços da concessionária de energia elétrica em Manaus. A disputa reside na implantação dos novos medidores de consumo de energia e o incômodo por parte dos consumidores motivado pela suspeita de que o mecanismo não faz leituras tecnicamente corretas e favorece o aumento no valor da fatura a ser paga pelos compradores desse serviço.

A empresa de energia acumulou imagem negativa na comunidade local e deixou passar muito tempo para dar valor a esse item. Mantém-se entre as primeiras posições no ranking de reclamações ao Procon-AM e nas comissões de defesa do consumidor de instituições como a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal de Manaus. Não se trata de predisposição dos consumidores para com a concessionária e sim de um histórico de serviço deficiente com preço elevado.

A implantação de um novo mecanismo de aferição do consumo de energia iniciou sem o cuidado de consultar e informar, com transparência, sobre a mudança pretendida e qual o benefício que a mesma representaria aos milhares de usuários. A sucessão de erros na medição desse consumo, o preço alto nas faturas e o volume de reclamações da clientela sobre a conduta da empresa produziram um ambiente instável e de suspeição quanto à postura de exploração pela concessionária dos que utilizam o sistema.

De fato, a comparação entre o valor pago e a qualidade do serviço prestado revela desproporção e a não observância dos direitos dos consumidores. É nesse clima que os novos medidores aparecem e começam a ser implantados, quase como imposição. Um erro grave por parte dos que decidiram adotar esse tipo de postura por parte da empresa.

Nesse momento, grupos de moradores de bairros se organizam para não autorizar a mudança do sistema de medição, estimulam outros moradores a adotar a mesma posição enquanto a empresa corre para publicizar as vantagens do novo equipamento. Na Câmara Municipal de Manaus ocorre outra queda de braço sobre a questão.

Trata-se de um assunto sério, afeta milhares de pessoas e os negócios da própria empresa. O impasse pede maior atenção dos poderes, do Ministério Público, das organizações da sociedade para que a solução a ser escolhida possa ser transparente, justa aos usuários do sistema  e à empresa que tem nesse episódio muitas lições a serem aprendidas.

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