O combustível dos chatos de galochas

Em outros tempos, quando resistentes, ganhavam um acessório, os chatos de galochas. Galochas, famosos acessórios dos anos 1950, costumeiramente colocados por cima dos calçados para protegê-los da água. Por conta do trabalho que dava retirá-las, as galochas não eram retiradas nas casas das pessoas visitadas, propagando sujeiras por elas.

JR Santiago
JR Santiago
07/03/2019 às 13:12.
Atualizado em 24/03/2022 às 22:13

São muitos os sonhos e desejos que nos movem.

Coisas importantes presentes na vida de qualquer pessoa.

Quem não sonha, vive na escuridão.

Desejar é a ignição do querer, fácil explicar: antes que querer, desejamos.

Ainda assim, tantas vezes, não acreditamos que podemos conquistar o que sonhamos.

Tampouco aquilo que desejamos.

Isto faz muita diferença.

A descrença é a filha da preguiça, a falta de vontade em lutar.

Se todo caminho for fácil, ainda que seja tentador, que graça teria?

O suor, a indecisão, a decisão, o voltar, o recomeçar, o seguir e tantos outros, são fontes inesgotáveis de aprendizado, e ele, o melhor dos combustíveis.

Pode nos levar para onde quisermos.

Ainda assim, haverá sempre a possibilidade de desistir, este sim o caminho mais fácil.

Para quem só tinha a irmã com quem dançar na festa de formatura, sabe do que estou falando.

Para os que tiveram muitas opções, hão de saber.

Viver de ilusões é abrir mão de buscar o doce mais gostoso.

Aquele cujo gosto fará tudo valer a pena. Sabe ‘aquele’ de mãe?

Quando isso ocorre, sonhos e desejos se tornam meras lamentações.

Ficam longe de serem metas reais, e potenciais, a serem alcançadas.

A ciência de que conseguiremos alcançá-las passa a ser fundamentada em areia movediça.

Daí o surgimento de um cenário ainda mais aterrorizante, a procura por culpados. O que faz a falta de um espelho, não é mesmo?

Muitos de nós fazemos com que as reclamações se tornem mais que os motivos de nossos desagrados, a razão de viver.

Quem vive reclamando tatua a fraqueza em sua testa.Se apresenta para o mundo como multiplicador de aborrecimentos.

Popularmente são conhecidos como chatos. Inconvenientes, impertinentes, aborrecidos e maçantes são seus sinônimos.

Em outros tempos, quando resistentes, ganhavam um acessório, os chatos de galochas. Galochas, famosos acessórios dos anos 1950, costumeiramente colocados por cima dos calçados para protegê-los da água. Por conta do trabalho que dava retirá-las, as galochas não eram retiradas nas casas das pessoas visitadas, propagando sujeiras por elas.

Os chatos de nossos tempos trocaram as galochas por reclamações. São elas seus ruidosos combustíveis.

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