O primeiro passo nessa mudança será a chegada dos primeiros ônibus elétricos, veículos mais modernos, que trazem a vantagem de não agredir o meio ambiente
O governo do Estado anunciou a intenção de também utilizar o GNV em parte da frota de ônibus (Foto: Arquivo A CRÍTICA)
A iniciativa de começar a transição dos atuais ônibus convencionais para veículos elétricos em Manaus ataca de frente um dos grandes problemas da cidade: o nó do transporte coletivo. Não se trata apenas de optar por alternativas sustentáveis, mas de dar início a uma mudança no modelo oneroso que perdura há décadas.
Os próximos veículos serão fornecidos pelas próprias empresas operadoras do sistema de transporte público e um novo modelo de negócio deverá ser pactuado. É fato que o atual sistema de concessões não funciona. O município paga mais de R$ 24 milhões por mês às empresas de transporte, mas a qualidade do serviço é essa que todo manauara que depende de ônibus para se locomover pela cidade conhece muito bem: veículos velhos, inseguros, com manutenção questionável, em quantidade insuficiente, o que causa superlotação nos horários de pico, tornando a tarefa de viajar de ônibus um verdadeiro suplício. É uma mudança de paradigma que Manaus aguarda há muito tempo.
O primeiro passo nessa mudança será a chegada dos primeiros ônibus elétricos, veículos mais modernos, que trazem a vantagem de não agredir o meio ambiente. Cada novo ônibus desse tipo vai evitar que 105 toneladas de dióxido de carbono sejam despejadas na atmosfera por ano. O advento dos veículos elétricos é irreversível, não se trata de mera tendência, mas de uma realidade necessária diante das mudanças climáticas que estão em pleno curso. Ao adotar os ônibus elétricos, Manaus dá um passo significativo no quesito respeito à natureza, algo realmente alinhado àquela que pode ser considerada a capital da Amazônia.
Além disso, o governo do Estado anunciou a intenção de também utilizar o GNV em parte da frota de ônibus. Manaus pode estar no caminho de ter o transporte público mais sustentável do País, com veículos elétricos ou movidos a gás, um recurso que o Amazonas possui em abundância, mas que ainda não explora todo seu potencial. É claro que os ônibus são apenas parte do complexo problema que é a mobilidade urbana na capital. Quanto a isso, obras de infraestrutura estão planejadas para melhorar o fluxo de veículos, com os viadutos da Bola do Produtor e da Avenida Pedro Teixeira. Se tudo ocorrer conforme os anúncios, Manaus está prestes a passar por profundas e necessárias mudanças.