EDITORIAL

Humanos, ainda

Retomar a Declaração Universal dos Direitos da Pessoa e trazê-la de forma vigorosa ao presente é uma necessidade imediata dos povos em todo o mundo

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26/05/2022 às 07:09.
Atualizado em 26/05/2022 às 07:09

Retomar a Declaração Universal dos Direitos da Pessoa e trazê-la de forma vigorosa ao presente é uma necessidade imediata dos povos em todo o mundo (Foto: DW Brasil)

A Declaração Universal dos Direitos da Pessoa completou em 2021, 74 anos de existência. Uma releitura sobre esse que é um dos mais importantes documentos da humanidade impõe pelo menos duas constatações. A primeira é que o mundo passou mais de setenta anos sem conseguir avançar naquilo que constitui a essência do documento: a dignidade da pessoa como valor maior entre as nações; a outra é a importância, atual, desse documento.

Tanto quanto no passado - quando atos de barbárie reduziram a espécie humana - hoje uma maioria da humanidade encontra-se ameaçada. As políticas mundiais de guerra se ampliam e a Ucrânia é um claro exemplo dito. O modelo econômico mundial transformou a condição humana em uma cifra.

Investimento em gente cada vez mais assume uma tradução mercadológica. A rapidez com que esse conceito avança e se incorpora é uma nova ameaça à humanidade. Princípios fundamentais da humanidade, como a solidariedade, a ética, o respeito e a liberdade, estão esquecidos. São considerados atributos dos ingênuos e há, nessa feição de mundo, uma ostensiva ação de destruição de tais legados.

Retomar a Declaração Universal dos Direitos da Pessoa e trazê-la de forma vigorosa ao presente é uma necessidade imediata dos povos em todo o mundo. Há uma fome que está além da falta de alimentos e esta precisa ser percebida em sua amplitude para que o futuro não seja a continuidade da tragédia nem sempre tornada pública em toda a sua extensão. O endurecimento da condição humana cria um campo propício à constituição de ambientes hostis, individualistas e de prevalência de um tecido social egoísta. 

O que motivou fazer nascer a Declaração dos Direitos e a tornar um marco da humanidade parece, atualmente, posto de lado. Não esquecer do passado é um dos instrumentos que ajudam a posicionamentos importantes no presente e que podem alterar quadros críticos desenhados para o futuro. Refletir sobre o Artigo 1º dessa Declaração - “Homens e mulheres nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade” - representa um importante questionamento da cidadania mundial aos governantes do mundo.

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