Leandro Souza, 40, pilotava o Bandeirantes que levava os 12 passageiros para Barcelos. Ele tinha como copiloto o comandante Fernando Galvão, 32
A médica aeroespacial Leidiana Nobles recebeu a notícia da morte do irmão por meio da cunhada, esposa de Leandro. (Foto: Junio Matos/ACrítica)
Familiares do piloto Leandro Costa Souza, 40 anos, compareceram neste domingo (17) na sede do Instituto Médico Legal (IML), localizado na avenida Noel Nutels, segunda etapa do bairro Cidade Nova, para a liberação do corpo. Ele é uma das 14 vítimas que morreram após queda do avião em Barcelos.
Leandro morava em Manaus, mas o velório acontecerá em Boa Vista, capital de Roraima, cidade natal do piloto. A previsão é de que o sepultamento ocorra às 17h desta segunda-feira (18). Ele era casado e deixa uma filha de cinco anos de idade.
Irmã de Leandro, a médica Leidiana Costa Nobles revelou que ele começou a carreira aos 18 anos de idade. Landro pilotava a aeronave modelo Embraer EMB-110P1, conhecida como Bandeirante, há 11 anos e trabalhava para a empresa Manaus Táxi Aéreo há quatro anos.
Piloto há 22 anos, Leandro Costa Souza, 40 anos, tinha mais de seis mil horas de voo e atuava na Manaus Aerotaxi há três anos. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)
Últimos momentos
Leidiana, que era muito próxima ao irmão, contou que no dia do acidente ele seguiu toda a rotina a qual já estava acostumado ao longo dos anos. “Esse voo era comum dele fazer, não era rota nova, não era um avião novo, não era uma equipe nova. Tudo pra ele já era rotina, que ele fazia há muitos anos”.
A irmã foi a última pessoa a falar com Leandro, que faria esse voo duas vezes no sábado (16), todas com pescadores. Ao lado do piloto, estava o copiloto, comandante Fernando Luiz Galvão Bezerra, 32 anos, que também morreu no acidente. Bezerra deixa uma esposa e uma filha. Os familiares também compaceram no IML, mas, abalados, não quiseram conceder entrevista.
O copiloto, Fernando Luiz Galvão Bezerra Junior, 32 anos, também morreu na queda do avião. Nas redes sociais recebeu homenagem de amigos e familiares. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)
A notícia
A familiar recebeu a notícia do falecimento do irmão pela esposa dele e lamentou o fato de as informações atualmente se espalharem tão rápido por meio das redes sociais.
Nobles disse que nesse primeiro contato, "a empresa informou que o avião tinha colidido num barranco, na cabeceira da pista e que não tinham mais informações. No entanto, a gente sabe das redes sociais, vídeos, fotos… Hoje a gente não consegue mais manter a privacidade, né? E antes da esposa chegar no aeroporto, ela já sabia que não tinha ninguém vivo dentro da aeronave".
Chegada dos corpos
Em Barcelos, após remoção de dentro da aeronave ainda na tarde de sábado (16) os corpos foram perfilados em cima de mesas dentro do ginásio de uma escola municipal, lugar onde aguardaram a remoção para Manaus.
Os corpos deram entrada no IML por volta das 17h, após desembarcarem em Manaus às 16h vindos de Barcelos (distante 399 quilômetros em linha reta) por meio de uma aeronave da Força Aerea Brasileira (FAB), modelo C105.
Os 14 corpos foram conduzidos ao IML na tarde deste domingo (17). (Foto: Junio Matos/ACrítica)
Viaturas da Polícia Militar do Estado do Amazonas (PMAM) foram posicionadas em locais estratégicos no IML, para acompanhar a chegada dos corpos dos doze passageiros, piloto e copiloto que estavam na aeronave.
Uma equipe de assistentes sociais da Secretaria de Assistência Social (Seas) permanece no IML para dar apoio psicológico aos familiares das vítimas do acidente. A FAB informou neste domingo (17) que não tem prazo para concluir as investigações acerca do acidente.