Bolsonaro em Manaus

Em comício, Alberto Neto reafirma promessas de campanha e recebe apoio de Jair Bolsonaro

O candidato à prefeitura discursou ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que veio a Manaus pela segunda vez neste ano para ajudar a impulsionar a candidatura do aliado

Waldick Júnior
waldick@acritica.com
28/09/2024 às 13:31.
Atualizado em 28/09/2024 às 14:36

(Foto: Junio Matos)

Em comício na manhã deste sábado (28), o candidato à prefeitura de Manaus, Capitão Alberto Neto (PL), criticou a gestão do presidente Lula (PT), afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, “rasgou a Constituição” e prometeu “caçar vagabundos” em Manaus, com a Guarda Municipal, caso seja eleito. 

O candidato à prefeitura discursou ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que veio a Manaus pela segunda vez neste ano para ajudar a impulsionar a candidatura do aliado. A uma semana do primeiro turno, Alberto Neto figura entre a terceira e a quarta posição nas principais pesquisas. 

 

(Foto: Junio Matos)

“Assim como Bolsonaro dividiu a história do nosso país, agora, você votando em mim, nós vamos dividir a história de Manaus”, afirmou. 

Ele exaltou a gestão do ex-presidente e criticou o atual prefeito da capital, David Almeida (Avante). “Vamos dar um fim na roubalheira, administrar para o nosso povo. A minha vice, professora Maria do Carmo, é uma grande especialista em educação e eu em segurança pública”, disse.

Alberto Neto repetiu promessas da campanha, como a instalação de câmeras de reconhecimento facial, monitoramento dos ônibus, escolas cívico-militares municipais e integração com a Polícia Militar. 

“Vamos caçar cada vagabundo de Manaus. Ou o vagabundo vai mudar de vida ou a gente vai chutar ele de Manaus, botar na cadeia. E se ele trocar tiro com a nossa Guarda Municipal ou com a minha Polícia Militar, ele vai direto para o cemitério”, prometeu, e colheu gritos de apoiadores.

 

(Foto: Junio Matos)

Durante seu discurso, Alberto Neto também atacou o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ao dizer que falaria sobre um ministro careca, ele foi interrompido pelos apoiadores, que fizeram coro para chamar Moraes de “cabeça de ovo”.

“Alexandre de Moraes que, com a sua toga, rasgando a Constituição, ele nos tirou a eleição, rompeu o processo democrático e impediu o presidente de fazer campanha. Mas eu acredito em um Deus que é poderoso e tem um plano para esse país”, disse. 

  

Motocarreata

 O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou em Manaus na noite de sexta-feira. Por volta de 10h deste sábado, ele participou de uma ‘motocarreata’ que saiu da avenida Governaor José Lindoso, em frente à loja Havan, até o complexo onde está localizada a Arena da Amazônia e o Sambódromo de Manaus.

(Foto: Junio Matos)

A reportagem não conseguiu a informação sobre quantas pessoas participaram do evento, mas havia uma quantidade considerável de veículos, principalmente motos. O trânsito precisou ser controlado por agentes do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) no percurso. 

O comício foi realizado na rua Jornalista Flávio Limongi, entre a Arena da Amazônia e o Sambódromo. Apoiadores tiveram água e atendimento emergencial à disposição.

Apoio

A vinda do líder da direita ao Amazonas é a aposta final do prefeiturável, que oscila entre a terceira e quarta posição nas principais pesquisas, a uma semana do primeiro turno. 

Em seu discurso, Bolsonaro exaltou o próprio governo, disse que disponibilizou vacina a quem quis, mas não tomou por “não ter comprovação científica”. Ao contrário do que afirmou, todas as vacinas disponibilizadas à população foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que fiscaliza e atesta a eficácia dos imunizantes.

Ao elogiar  Manaus, Bolsonaro ressaltou como qualidade da região a biodiversidade da floresta, mas deixou de fora a Zona Franca de Manaus (ZFM), principal motor econômico do estado, e que perdeu competitividade por decretos editados por ele durante sua passagem pela presidência da República. A ZFM foi citada no discurso de Alberto Neto, momentos antes.

O ex-presidente elogiou Alberto Neto e “a jovem professora”, se referindo a Maria do Carmo Seffair, vice na chapa do candidato bolsonarista. Ele relacionou a eleição municipal ao pleito de 2026, quando se escolherá o presidente dos próximos quatro anos. 

“Vamos, em 2026, eleger alguém comprometido com as nossas bandeiras. Para isso, devemos investir nos municípios. Aqui, Alberto Neto para prefeito. Vereador também, por todo o Brasil. Estou aqui porque acredito em vocês”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro dedicou boa parte do discurso para criticar a gestão do presidente Lula (PT). Ele desafiou os eleitores a apontarem feitos do petista na atual gestão, comparou seus ministros com os de Lula e até a sua esposa, Michelle Bolsonaro, com a primeira-dama, Janja da Silva. 

(Foto: Junio Matos)

 “O Bolsa-Família, que o Lula diz que é dele, ele roubou de outros governos. Onde tem PT e não tem roubalheira, está errado. Começava com R$ 40, média R$ 190. Nós colocamos, no mínimo, a R$ 600”, afirmou, se referindo ao Auxílio-Emergencial aprovado pelo Congresso Nacional durante a pandemia. 

O microempreendedor Valmir Rodrigues disse que vai votar em Alberto Neto porque Bolsonaro pediu. “Eu nem conheço muito ele, mas o Bolsonaro está apoiando, então eu vou votar nele. Eu votaria em quem o presidente apoiasse”, afirmou.

A dona de casa Euzirlene de Souza Cruz tem 70 anos e não é mais obrigada a votar, mas diz que faz questão de ir às urnas para escolher Alberto Neto. “Sempre admirei ele. Pode ser uma pessoa que faça alguma coisa pelo nosso estado, principalmente na segurança”, disse.

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