Após perder vice-presidência da Câmara, Marcelo Ramos é recebido com festa por apoiadores

Parlamentar do PSD declarou que não vai recorrer da decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) que o retirou da vice-presidência, atitude que ele considerou “vergonhosa”

Giovanna Marinho
online@acritica.com
26/05/2022 às 14:17.
Atualizado em 26/05/2022 às 14:17

Apoiadores de Marcelo Ramos receberam o parlamentar no aeroporto Eduardo Gomes (Foto: Junio Matos)

O deputado federal Marcelo Ramos (PSD) disse que não vai recorrer da decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) que o retirou da vice-presidência, atitude que ele considerou “vergonhosa”. Na manhã desta quinta-feira (26), o congressista foi recepcionado por dezenas de apoiadores na área de desembarque doméstico do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. 

Marcelo disse que nem na ditadura militar os deputados eram destituídos do cargo a mando do mandatário na nação, fazendo referência a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma transmissão nas redes sociais em que ele ordenava à Lira a escolha de outro vice para a Câmara.  

(Foto: Junio Matos)

“Eu acho que cada um mostrou o tamanho que tem. Eu fiz um discurso para o Brasil e para o parlamento, como ele sempre é. É muito difícil para esses políticos tradicionais caciques, coronéis aceitar com um cara simples, filho de uma professora, um amazonense de uma bancada de oito entre 513 deputados ocupe um espaço de destaque, isso incomoda muito ele, mas bola pra frente”, rebateu o parlamentar a indireta de Lira para ele na tribuna da Câmara ao dizer que não responderia a “discursos palanqueiros”.

Marcelo Ramos afirmou que a atitude do presidente da Casa é um perigo à democracia, pois mostra a interferência do Executivo nas ações do parlamento. Agora, segundo ele, o foco deve ser o fortalecimento das ações para reverter o decreto federal que modificou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), justamente as ações, que segundo o deputado, forçaram a saída dele da cadeira.

“A proposta era eu parar de lutar contra o decreto do IPI, eu desistir das ações que estão na justiça para continuar na cadeira, foi a escolha mais fácil que eu fiz na minha vida, porque eu não sou apegado a cargo, eu sou apegado ao meu compromisso é com  o povo do Amazonas”, justiçou.

Marcelo reafirmou que a destituição do cargo é uma questão “politiqueira”, pois, segundo ele a vaga lhe estava assegurada pelo artigo 12 do regimento interno da Câmara que classifica os blocos partidários equivalentes a partidos. Mesmo após as falas duras contra Arthur Lira, Marcelo afirmou que ainda é “leal a liderança dele”, mas que apesar disso, não deve ceder aos mandos do presidente da Câmara. 

“Ele não é dono do meu mandato, o dono do meu mandato é o povo do Amazonas. Se ele tem mania de mandar no mandato dos outros que se acovardam a ele, ele encontrou alguém que não se apequena diante do autoritarismo dele. Não é uma questão regimental. É uma questão política de um presidente da Casa que se acovarda diante do presidente da República”, respondeu Ramos. 

Por fim, Marcelo disse que confia no deputado Lincoln Portela (PL-MG), que vai substituí-lo na cadeira de vice-presidente da Câmara e já na terça-feira eles devem se reunir para a transição do cargo. 

“Eu tenho o maior carinho pelo deputado Lincoln Portela. Sempre me tratou com muito respeito e eu tenho certeza que é alguém que tem o tamanho da cadeira de vice-presidente da Casa. Desejo sorte pra ele, combinei de conversar com ele na terça-feira para fazer uma transição tranquila. Eu não me movo por cargos, eu não guardo mágoas por cargos. Eu não vou pra Brasília para lutar pelo cargo de vice-presidente, eu vou pra Brasília para lutar pelos interesses do estado do Amazonas. Eu não vou recorrer. Eu não tenho tempo para gastar energia com isso”, finalizou o congressista

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