Torcedores amazonenses contam sobre a experiência e o sentimento de viajarem para acompanhar o Botafogo na final da Libertadores no Monumental de Nuñez
Dinho Neto viaja pelo menos uma vez por ano para ver o Botafogo no Rio de Janeiro e não mediu esforços para se garantir na final em Buenos Aires (Foto: Arquivo Pessoal)
O amor de um torcedor desconhece fronteiras e desafia os limites daqueles que fazem o possível - e o impossível - para seguir o time de coração e presenciar momentos históricos. Não que a distância diminua o amor, mas estar com o corpo, a alma e o coração presentes onde o jogo se desenrola é como se o apoio fosse mais forte, transbordando a emoção de pertencer àquela camisa.
Com esses sentimentos que alguns torcedores do Botafogo saíram de Manaus e encararam os mais de 5 mil quilômetros de distância que separam a capital amazonense de Buenos Aires, local onde, na tarde deste sábado, será decidido o título da Libertadores da América entre Botafogo e Atlético Mineiro.
Um dos manauaras que torcem para o clube da estrela solitária e estará no Monumental de Nuñez é Dinho Neto. Ele embarcou rumo à Argentina na última terça-feira para ver o time em sua primeira final de Libertadores da América.
“A ideia surgiu com o Botafogo ainda nas quartas de finais, com o incentivo do meu pai (que não é botafoguense) em poder ver essa Final e viver esse momento único. A ideia de comprar antes era pra aproveitar os valores ainda baixos”, disse Dinho que vive uma mistura de sentimentos com a possibilidade de presenciar o Botafogo numa final de competição continental.
“O sentimento chega a ser inexplicável, pois há pouco mais de três anos eu estava no Estádio Nilton Santos, assistindo um jogo do Botafogo na Série B. Bate uma forte emoção em cada anúncio, em cada postagem referente a esse jogo. Mas hoje arrumando minha mala, a emoção foi muito maior!”, declarou o torcedor que é botafoguense desde os seis anos, inspirado com o título brasileiro de 1995.
“Hoje sou casado e tenho três filhos. Todos botafoguenses.
Não posso contar a minha história, sem contar um pouco sobre Botafogo”, finalizou.
Viagem de avião, ônibus e carro
Já o torcedor Rayson Reis fez um trajeto um pouco mais demorado. Ele saiu de Manaus e foi para São Paulo, para onde já existia uma viagem marcada de férias. Com o Botafogo encaminhado à decisão após vencer o Peñarol por 5 a 0 no jogo da ida, ele conversou com a esposa sobre a mudança de planos. “Quando teve a confirmação, chamei a minha esposa e disse: é o seguinte, vamos pra lá. Vamos nos enrolar nas contas, mas realizar um sonho”.
Com o preço das passagens, a opção foi sair da capital paulista e pegar um ônibus até Foz do Iguaçu. De lá, ele, a esposa, a sogra e a filha de 13 anos pegaram um carro e enfrentaram mais dois dias de viagem até chegar em Buenos Aires, na quinta-feira.
“É um sonho realizado só de estar na Argentina e ver o Botafogo na final. Se for campeão, melhor ainda. A gente é acostumado a ser saco de pancada de outros torcedores por muitos anos, sem ganhar títulos importantes e poder estar vivendo isso é maravilhoso. Até a questão da compra dos ingressos foi uma loucura, os do Botafogo esgotou rápido e consegui comprar só dois: para mim e para a minha filha, mas graças a Deus tá dando tudo certo”, declarou.
O Monumental de Nuñez, estádio do River Plate tem capacidade para mais de 85 mil pessoas, mas para a final da Libertadores, 60 mil ingressos foram vendidos. Cada torcida teve uma carga de 22 mil ingressos colocada à venda pela Conmebol.