Declaração

Geraldo Alckmin critica taxa de juros em 13,75%

“Vamos trabalhar pra baixar, porque não tem nenhuma razão, não tem demanda que justifique o maior juro do mundo e isso dificulta enormemente”, disse Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

Jefferson Ramos
online@acritica.com
27/03/2023 às 18:33.
Atualizado em 27/03/2023 às 20:50

(Foto: Divulgação)

O vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB) disse não existe razão alguma para os juros estarem no patamar de 13,75% porque o país não tem demanda que justifique a taxa. 

A crítica de Alckmin feita nesta segunda-feira (27) durante posse do novo conselheiro nacional do Sesi, Vagner Freitas, sistema de educação técnica ligada à indústria vai de encontro com falas de representantes do setor produtivo do Amazonas. 

“Vamos trabalhar pra baixar, porque não tem nenhuma razão, não tem demanda que justifique o maior juro do mundo e isso dificulta enormemente”, disse Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Vagner Freitas disse que os trabalhadores e empresários não podem ser reféns de uma política de juros extorsiva. 

“É hora de trazer investimentos e reindustrializar o Brasil. Vamos retomar o caminho do desenvolvimento e a reindustrialização é essencial para essa retomada. A indústria precisa expandir a sua participação no Produto Interno Bruto. Para que esse desenvolvimento inclusivo e moderno  se torne realidade é preciso que os trabalhadores e empresários deixem de ser refém de uma política de juros inadequada, extorsiva e equivocada”, expos o presidente do Senai. 

Ao A CRÍTICA, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), o empresário Antônio Silva afirmou que a taxa Selic em 13,75% foi o principal fator para a desaceleração econômica registrada no final de 2022. Ele explica que para o setor industrial a taxa de juros alta encarece o custo do investimento e inibe a atividade produtiva.

Antônio Silva pede que o governo segure os gastos públicos para que a taxa não permaneça em patamar tão elevado. Para ele, os juros já permaneceram elevados por tempo suficiente para refrear a atividade econômica.

“A Selic alta foi um dos principais fatores para a desaceleração no final de 2022, quando a retração do PIB no último trimestre chegou a 0,2%. Além disso, é preciso que o governo mantenha cautela na gestão dos gastos públicos, a fim de evitar que a taxa permaneça em patamar tão elevado.A Selic alta encarece o custo do investimento e inibe a atividade produtiva sobremaneira, justamente em um período em que há necessidade de estimular a cadeia produtiva e de consumo”, elencou Silva. 

Na quarta-feira (22), o Banco Central (BC) anunciou a manutenção pela quinta vez seguida da taxa de seguros em 13,75%. 

O aumento dos juros é usado como artifício monetário para baixar a inflação em um cenário de demanda descontrolada a fim de evitar escassez.

A inflação fechou 2022 em aos 5,79%, em queda comparado com 2021, quando foi de 10,06%. Ainda assim, ficou acima do teto da meta, de 5%.

Nesta-sexta-feira (24), Geraldo Alckmin esteve em Manaus para presidir a primeira reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS) na qual foram aprovados projetos industriais da ordem de R$ 1,5 bilhão. 

Na ocasião, o vice-presidente disse que o Polo Industrial de Manaus (PIM) tem aptidão para servir como plataforma brasileira de exportação de produtos manufaturados para países da América Latina. Ele citou o exemplo da União Européia, que segundo ele, 60% do comércio é feito no bloco europeu.

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