Moradores denunciaram o mesmo caso ao A Crítica: presença da embarcação oriunda do estado de Rondônia
(Foto: Reprodução)
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), por meio da Coordenação Regional Médio Purus, expediu um oficio ao Ministério Público Federal (MPF-AM), endereçado ao procurador Luiz Paulo Schulman, sobre a presença de uma balsa de dragagem de minérios instalada na região do Rio Purus, próximo a comunidade Beabá, na região do município de Tapauá (distante 449 quilômetros em linha reta de Manaus).
O documento obtido por A Crítica é do dia 12 de maio. O mesmo caso foi informado ao jornal por moradores e a partir desses relatos foi publicada uma matéria no dia 16. Os denunciantes informaram, então, que a embarcação estava estacionada naquela área há aproximadamente 15 dias.
O ofício da Funai ao MPF resgistra que a Draga está a serviço do empresário rondoniense João Leonardo de Sá Chaves, ligado à Cooperativa dos Trabalhadores em Garimpo, Extrativismo, Pesca e Ambientalismo e também à empresa Nacional Intermediações LTDA. A Coordenação Regional Médio Purus destaca que a embarcação, após abordagem de autoridades municipais, permaneceu estacionada até o dia 10 de maio no porto da aldeia São João, Terra Indígena Apurinã.
“O empresário possui autorização para pesquisar ouro (...) havendo processos na Agência Nacional de Mineração (ANM), bem como no Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam)”, escreveu a coordenação, que mencionou que a pesquisa mineral é uma etapa preliminar - e diferente - da extração e da lavra do minério. “Diante do exposto, manifestamos nossa ciência a respeito da possível ilegalidade da atividade mineratória em Tapauá”, acrescentaram.
A reportagem procurou o MPF-AM, por meio da Procuradoria da República no Amazonas, para obter o posicionamento acerca do ofício e a matéria será atualizada assim o órgão retornar com a manifestação.