No Amazonas

Floresta Nacional do Aripuanã lidera ranking com ameaças de desmatamento

Segundo o Inpe, o desflorestamento cresceu 55,22% entre agosto de 2020 e julho de 2021, em comparação ao período anterior (2019-2020), com 2,3 mil km² desmatados

Waldick Júnior
online@acritica.com
22/05/2022 às 13:49.
Atualizado em 22/05/2022 às 14:10

A Floresta Nacional (Flona) do Aripuanã, no Amazonas, está no topo de um ranking com as dez áreas protegidas com maior ameaça de desmatamento na Amazônia Legal. É o que constata um estudo publicado na semana  passada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que cruza dados do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), um monitoramento mensal via imagens de satélite, com células de 100 km² na região.

Segundo a pesquisa, a “ameaça” de desmatamento dentro de uma área protegida (AP) ocorre quando são registrados alertas de desmatamento em um espaço de até 10 km na zona de vizinhança daquela região. Nesse sentido, a flona do Aripuanã foi a que mais registrou alertas (19) em células monitoradas pelo sistema, entre janeiro e março deste ano.

“Áreas Protegidas representam um patrimônio nacional, e considerando a extensão das APs na Amazônia Legal (46%), os seus benefícios para manutenção da biodiversidade, estoques de carbono e na geração de serviços ambientais como a regulação do clima, transcendem a fronteira nacional, alcançando relevância global”, aponta o estudo, em cartilha de apresentação.

A Floresta Nacional do Aripuanã foi criada em maio de 2016, no governo da presidente Dilma Rousseff (PT), junto de outras quatro unidades de conservação na região. Ela está localizada às margens do rio Aripuanã e, segundo a proposta técnica de criação da unidade de conservação, abriga uma grande diversidade de palmeiras, como o babaçu e o açaí, e até mesmo espécies ameaçadas de extinção, dentre elas, a castanheira-do-brasil, a cerejeira, mogno e pau-rosa. 

A Flona do Aripuanã está localizada no sul do Amazonas, área que vem sofrendo forte pressão do desmatamento nos últimos anos. A região é considerada uma das responsáveis por puxar o Amazonas para o primeiro lugar no número de desmatamento proporcional registrado entre agosto de 2020 e julho de 2021.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desflorestamento nesse período cresceu em 55,22% em comparação ao período anterior (2019-2020), com 2,3 mil km² desmatados. 

Terras indígenas

Nesse mesmo estudo do Imazon, três terras indígenas localizadas no Amazonas também aparecem no ranking de mais pressionadas com o desmatamento. São elas: TI Waimiri Atroari; TI Alto Rio Negro e TI Médio Rio Negro. Diferente da ameaça, quando há pressão, significa que o desflorestamento já é registrado dentro da área de preservação.

Na apresentação da pesquisa, o Imazon destaca que o desmatamento no interior das APs leva a “perdas de serviços ambientais e até mesmo à redução ou redefinição de limites da AP. Ou seja, é um processo interno que pode levar a desestabilização legal e ambiental da área protegida”.

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