INCENTIVO

Edital Inovação Amazônia contempla 20 projetos com financiamento para pesquisas científicas no AM

O edital prevê um total de R$ 7,1 milhões para o financiamento de projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, voltados para a região amazônica

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13/07/2022 às 15:15.
Atualizado em 13/07/2022 às 15:15

O Programa Inova Fiocruz, da Fundação Oswaldo Cruz, aprovou um total de 20 projetos dos 35 submetidos ao Edital Inovação Amazônia para receber financiamento para pesquisas com foco na Amazônia. O resultado foi oficializado no último dia 30 de junho, com o anúncio dos aprovados. O edital prevê um total de R$ 7,1 milhões para o financiamento de projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, voltados para a região amazônica, coordenados por pesquisadores das unidades da Fiocruz no Amazonas e em Rondônia. No último dia 8/07, ocorreu a primeira reunião de integração do grupo que teve projetos contemplados com financiamento do Inovação Amazônia.

O edital foi lançado este ano como ferramenta de incentivo às pesquisas em Ciência, Tecnologia e Inovação, com foco em saúde pública na Amazônia, por meio de parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas (Fapeam) e Fapero.

A reunião permitiu o intercâmbio de informações sobre os objetivos de cada trabalho e foi aberta pela coordenadora adjunta do Programa Inova Fiocruz, Claude Pirmez, com a saudação aos pesquisadores contemplados feita pela diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Schwartz Benzaken, o diretor da Fiocruz Rondônia, Jansen Fernandes de Medeiros, e a coordenadora de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz, Zélia Profeta. Do total de 20 projetos, dez são da Fiocruz Amazônia e dez da Fiocruz Rondônia.

Para o coordenador do Programa Inova Fiocruz, Milton Ozório Moraes, o Edital Inovação Amazônia possibilita induzir o desenvolvimento científico e tecnológico visando soluções em saúde pública para a população brasileira com um olhar para os problemas prioritários da Amazônia.

“Estudos em saúde pública sobre populações vulneráveis, sobre alternativas para tratamento de acidentes ofídicos, estratégias inovadoras de vigilância genômica para antecipar novas epidemias, novos tratamentos para doenças endêmicas como malária e tuberculose, avaliação de novas abordagens para controle entomológico. Esses não são problemas exclusivos da Amazônia, mas dada uma relevância local, podem ser melhor compreendidos e certamente escalonados para utilização em outras regiões no Brasil, e também nos países vizinhos”, afirma Milton, referindo-se à variedade de temas dos projetos aprovados. “Certamente, a iniciativa poderá alavancar a pesquisa voltada para Inovações em saúde para a Amazônia”, completou.

O processo de avaliação dos projetos contou com a participação de avaliadores da Fiocruz e externos, além de uma comissão técnica composta por Andreimar Soares (FAPERO), Claude Pirmez (Fiocruz), Márcia de Oliveira Teixeira (Fiocruz) e Milton Ozorio Moraes (Fiocruz). O resultado está disponível no Portal Fiocruz. A diretora do ILMD/Fiocruz Amazônia, Adele Benzaken, ressaltou a importância do Edital para a Amazônia.

“Somos mais de 30 milhões de brasileiros vivendo sob o manto de subdesenvolvimento. Portanto, a consolidação de iniciativas como o Inovação Amazonia pela Fiocruz rompe um pouco com esta lógica. Vivemos diante de um desafio que requer engajamento de todos os pesquisadores que aqui labutam, em especial os do ILMD/Fiocruz Amazonia e do Escritório de Rondônia, sem os quais não seríamos capazes de implementar C&T para a construção de uma sociedade mais justa e humana. Este é mais um pacto pela Amazônia, reafirmando o papel estratégico que as duas unidades da Fiocruz têm nesta região”, afirmou.

O diretor da Fiocruz Rondônia, Jansen Fernandes de Medeiros, afirmou receber com alegria o resultado do edital por tratar-se de uma iniciativa pioneira neste formato.

“Teremos muitos frutos com as propostas que foram aprovadas, da mesma forma que também ansiamos pela regularidade, permanência de oportunidades que possam contemplar as nossas demandas, que são muitas. Apesar da nossa pouca idade, apenas 13 anos, a Fiocruz Rondônia tem dado relevantes contribuições ao desenvolvimento da ciência e da Amazônia, e para que continuemos firmes com nossa missão é fundamental que tenhamos iniciativas como esta”, afirmou Jansen.

Temas importantes para desenvolvimento do sistema de CT&I na área de Saúde foram aprovados, pela Fiocruz Rondônia, como “Vigilância de agentes zoonóticos em animais silvestres e domésticos e vetores artrópodes”;  “Desenvolvimento de um ensaio molecular de amplo espectro para rastreamento de arboviroses negligenciadas”; “Vigilância genômica do vírus Oropouche para investigação da ocorrência da febre Oropouche”; “Análise clínico-molecular da doença hepática avançada e desenvolvimento de um ensaio para identificação de biomarcadores de hepatocarcinoma celular”; “Eficácia do laser de baixa intensidade vermelho e infravermelho para a redução das manifestações locais nos envenenamentos ofídicos”; “Implementação de um protocolo automatizado para desenvolvimento de novos fármacos”; “Integrar e predizer desfechos não favoráveis em Tuberculos” e “Desenvolvimento de sensores eletroquímicos baseados em nanocorpos de camelídeos voltados ao diagnóstico diferencial do envenenamento por serpentes”.

Pelo Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), foram aprovadas os seguintes estudos: “Análise da microbiota de Anofelinos e Flebotomíneos suscetíveis e refratários á infecção por Plasmodium e Leishmania”, “Ecobiodiversidade dos ciclos de transmissão de Tripanossomatídeos em distintas paisagens amazônicas, com ênfase nos riscos para a saúde humana”, “Vigilância metagenômica para a detecção de vírus zoonóticos emergentes: antecipando possíveis eventos de spillover viral no estado do Amazonas”, “Participação comunitária no processo de planejamento, organização e oferta dos serviços de saúde em localidades rurais ribeirinhas da Amazônia”, “Estudo sobre oferta de métodos contraceptivos reversíveis de longa ação no pós-parto imediato para adolescentes na Amazônia”, “Proposta de monitoramento epidemiológico e espaço-temporal dos feminicídios: potencialidades da vigilância da informação em saúde à equidade de gênero”, “Desenvolvimento de fragmentos de anticorpo de cadeia única (scFv) aplicáveis ao diagnóstico de malária”, “Da atenção básica municipal à atenção especializada e de urgência regional: o acesso à saúde na calha do Solimões- Amazonas”, “Autopercepção do envelhecimento como causa do abandono da terapia antirretroviral (TARV) em Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV) no Estado do Amazonas” e “Estações Disseminadoras de Larvicida no controle de Aedes: Proposta de intervenção no município de Manaus/AM”.

Os projetos têm temáticas relativas à biodiversidade da Amazônia, vigilância, controle e tratamento de doenças tropicais e/ou negligenciadas ou emergentes na região, temas relacionados à equidade e ao bem-estar de populações vulneráveis residentes na Amazônia e na Pan-Amazônia (países que têm a floresta Amazônia em seu território), além de propostas visando ao desenvolvimento regional e que abordem soluções que estimulem a integração dos serviços de saúde e das práticas de vigilância em saúde no Arco Norte da fronteira, considerando a realidade social, epidemiológica, econômica, cultural e administrativa da faixa de fronteira. Além dos projetos que promovam a valorização de saberes de povos tradicionais e do patrimônio cultural local, visando a inovação e humanização dos cuidados em saúde na Amazônia.

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