Garimpo em área indígena

Após Funai liberar draga, Foirn aponta fragilidade e falta de atuação dos órgãos

Balsa de extração de ouro e tripulação estavam navegando na Terra Indígena do Médio Rio Negro e foram liberados após apresentação de documento e justificativa de que estavam 'só de passagem'

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21/09/2022 às 16:20.
Atualizado em 21/09/2022 às 16:23

Embarcação foi flagrada navegando na região do Castanheiro, no Médio Rio Negro (Divulgação)

A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) criticou a ação que interceptou uma balsa de extração de ouro navegando dentro da Terra Indígena do Médio Rio Negro e depois liberou a embarcação e os ocupantes. A ação, realizada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em parceria com o Exército Brasileiro, aconteceu no último fim de semana.

A balsa foi liberada após os ocupantes apresentarem documentos e justificarem que estavam por ali apenas de passagem. Segundo o presidente da entidade, Marivelton Baré, a Foirn discorda da ação e a repudia.

Em nota divulgada nesta quarta-feira (21), a Foirn ressalta que a localização onde a draga foi encontrada é Terra Indígena e que a embarcação e nem seus tripulantes não possuíam autorização legal para estar ali, muito menos garimpar. “(…) nem mesmo a Funai pode autorizar um trabalho desta natureza por ser inconstitucional e estar violando os direitos dos povos indígenas”, frisa.

Conforme a federação, é lamentável saber que, em uma região de faixa de fronteira, uma ação com o custo que teve, denunciada pelas organizações indígenas, “não ter tido a sua conclusão como deveria ser, com a pressão e desintrusão da região”. “Isso mostra a fragilidade e falta de atuação de acordo com os objetivos das instituições de proteção e fiscalização dos territórios indígenas”, completou.

Saiba mais

A balsa com draga de exploração de ouro foi interceptada por uma equipe da Funai e do Exército Brasileiro, no último fim de semana, no rio Negro, nas proximidades da foz do rio Cauburis, na Terra Indígena do Médio Rio Negro, no Amazonas. O trecho fica na metade do trajeto entre Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira

Três pessoas foram apreendidas e, após prestarem esclarecimentos às polícias Civil (PC) e Federal (PF), foram liberadas. Segundo a coordenadoria regional da Funai, as autoridades analisaram os documentos e o trio foi liberado, pois, de acordo com o proprietário da balsa, eles estavam apenas de passagem.

Equipe da Funai e Exército que fez a abordagem (Divulgação)

Embarcação foi flagrada navegando na região do Castanheiro, no Médio Rio Negro (Divulgação)

Embarcação foi flagrada navegando na região do Castanheiro, no Médio Rio Negro (Divulgação)

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