TARUMÃ ALIVE

Ação ambiental voluntária retira 800 kg de resíduos das margens do Rio Tarumã-Açu

Festival Tarumã Alive realizou mutirão de limpeza no Igarapé do Gigante e áreas de entorno, neste fim de semana

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26/09/2022 às 19:28.
Atualizado em 26/09/2022 às 19:28

(Fotos: Ageu Valadares)

Aproximadamente 800 quilos de resíduos foram retirados das margens do Rio Tarumã-Açu, Zona Oeste de Manaus, durante um mutirão de limpeza realizado neste fim de semana. A coleta fez parte de uma ação voluntária promovida pelo Festival Tarumã Alive, em parceria com o Projeto Remada Ambiental. O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (26/09). 

A ação esteve concentrada no Igarapé do Gigante, um dos afluentes mais importantes da Bacia Hidrográfica do Rio Tarumã. O curso d'água, que nasce nas proximidades do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, recebe um grande volume de lixo ao longo dos seus sete quilômetros de extensão - problema evidenciado no período de seca.

“Essa ação ocorre em alinhamento com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6, que visa assegurar água potável e saneamento a todos. O Rio Tarumã-Açu sofre com essas duas questões e nós estamos aqui acreditando que salvar o Tarumã é possível, que as pessoas podem mudar hábitos e produzir menos resíduos ou que, fazendo uso, façam o descarte correto”, disse Jadson Maciel, conhecido como “Jajá”, um dos idealizadores da ação.

Todo o material coletado no Igarapé do Gigante foi destinado ao aterro controlado municipal. Além disso, a limpeza na áreada Marina do Davi destinou 44 garrafas de vidro, 13 latinhas de metal e 68 garrafas plásticas para reciclagem. Os resíduos foram levados para o Ponto de Entrega Voluntária (PEV) instalado na marina. De legado, o projeto instalou, ainda, 10 lixeiras para destinação de resíduos na localidade.

Voluntários pela natureza - Ao todo, 70 voluntários, de todas as idades, participaram da ação. Entre eles estava o casal Wilton Borges, de 58 anos, e Cristiane Mota, de 47. Juntos, eles coordenam um grupo de ações sociais chamado “Amigos do Cacau Pirêra” e estiveram, pela primeira vez, somando forças junto ao Tarumã Alive.

“Esse ato é importante para mim, para os meus pais, para os nossos filhos, netos e para quem vier pela frente. Se cada um fizer sua parte e se estivermos engajados coletivamente, nós temos como mudar o destino do Tarumã. É importante que as pessoas vejam essa ação não como um fim, mas como uma sensibilização para olharmos com mais atenção para o que está em risco”, disse Borges.

“Nós estamos muito felizes em poder contribuir diretamente, mas é importante que todos façam sua parte também em suas casas, que as pessoas tenham mais consciência sobre a geração de resíduos e o descarte correto. A gente quer deixar essa mensagem para que as próximas gerações também tenham a oportunidade de usufruir desse lugar tão bonito que é o Tarumã”, completou Cristiane.

A estudante Hemylli Montefusco também participou do projeto como voluntária pela primeira vez. Na lista de resíduos coletados por ela estavam calçados, mochilas, brinquedos, além de latinhas e garrafas pets. “Infelizmente isso acontece em todos os igarapés de Manaus, que viraram um esgoto a céu aberto. A gente tem que se mobilizar para salvar o que ainda resta. O Tarumã resiste”, pontuou. 

“Eu gosto muito de estar na natureza, de vir para o Tarumã, curtir um flutuante, mas as pessoas esquecem que, da mesma forma que tem aquela paisagem bonita que a gente aproveita, tem esse outro lado que poucos querem ver. Somos nós seres humanos que causamos isso quando não cuidamos do lixo em casa, quando geramos resíduos desnecessários. A gente pode fazer nossa parte. Temos que começar a pensar que não existe ‘jogar fora’. Não existe o ‘fora’”, finalizou a voluntária.

Petição - O final de semana de ações do Tarumã Alive também foi o ponto de partida para o recolhimento de assinaturas para uma petição, cujo objetivo é pressionar o Ministério Público do Amazonas a cobrar das autoridades políticas públicas e ações efetivas de revitalização do Rio Tarumã-Açu.

Ao todo, 747 pessoas já aderiram ao documento, que pode ser assinado de forma online, por meio do link https://bityli.com/HBEEwicW. “Nós fazemos um apelo a todos que se identificam com a causa, para fazerem parte do abaixo-assinado. Há sete anos temos esse projeto, que é em prol do Tarumã, em prol do Planeta. Precisamos mudar hábitos sim, mas também agir politicamente, cobrando o poder público diante dessa situação”, ressaltou a cantora Márcia Novo, idealizadora do projeto.

Programação cultural

Paralela às atividades ambientais, o Tarumã Alive promoveu shows musicais e intervenções artísticas na Marina do Davi. Durante os dois dias de evento, passaram pelos palcos as DJs Rafa Militão e Lluaninha, os DJs Fzero e Raul Mota, além das cantoras Rayanne Show e Patrícia Moraes. 

Tarumã Alive

O festival acontece anualmente desde 2016, promovendo shows de artistas da região norte, além de atividades esportivas ao ar livre, feira criativa e mutirões de limpeza nos três principais igarapés de desaguam no Tarumã-Açu.

A ação deste fim de semana foi realizada pela Acauã Eventos, pelo Projeto Remada Ambiental e pela Associação Cultural Pirão Amazonas. A cantora Márcia Novo e Jadson Maciel são os coordenadores da iniciativa, que também contou com o apoio da Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), além das empresas Ecoforte, Simbioze Amazônica e distribuidora Nascer do Sol.

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