Pediatria

Médica infectologista explica sobre a vacina contra o rotavírus

A imunização já demonstrou ser um dos principais aliados para evitar complicações e hospitalizações infantis

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28/04/2024 às 12:52.
Atualizado em 28/04/2024 às 12:52

(Divulgação)

Estudos apontam que quase todas as crianças em algum momento da vida infantil serão infectadas pelo rotavírus, uma doença diarreica aguda causada por um vírus bastante comum na população pediátrica. De acordo com a médica infectologista Dra. Michele Cristina Lima de Oliveira existem cerca de 10 sorotipos que causam doenças em humanos, sendo que quatro destes são os mais frequentes encontrados em todo o mundo e para os quais as vacinas são desenvolvidas.  

A imunização já demonstrou ser um dos principais aliados para evitar complicações e hospitalizações infantis. A vacina age especialmente evitando que crianças infectadas por rotavírus desenvolvam formas graves da doença.

“A vacina contra rotavírus faz parte do esquema recomendado para crianças menores que oito meses. É segura e administrada via oral. Apresenta-se em dois tipos: a monovalente e a pentavalente. É muito importante que as crianças já sejam submetidas a primeira imunização a partir de seis semanas de idade para garantir a eficácia da vacinação”, destaca Dra. Michele.

Segundo ela, há algumas poucas contra indicações a vacina, tais como imunossuprimidos ou com alteração intestinal importante. “Caso tenha dúvidas, os pais devem procurar um infectologista ou pediatra para auxiliar com informações precisas”, recomenda. 

Transmissão

O rotavírus possui uma transmissão fecal-oral, ou seja, a pessoa se infecta especialmente com alimentos não higienizados adequadamente ou água contaminada.

“Outra forma importante é através de contato com fezes de pessoas já com diagnostico da doença, uma vez que os excrementos apresentam altas concentrações do vírus. Assim é muito importante que as pessoas que cuidam de crianças com rotavírus mantenham a rotina de lavagem das mãos com água e sabão de forma rigorosa e tenham cuidado adequado com fraldas ou roupas contaminadas com secreções”, esclarece Oliveira.

“Ainda alerto a população que pode ocorrer infecção por vários sorotipos diferentes e, logo, mesmo já tendo contraído rotavírus, é de suma importância manter os cuidados de prevenção para evitar infecção por outro sorotipo”, complementa. 

O vírus provoca lesão das vilosidades intestinais que é um dos principais responsáveis pela absorção dos alimentos. Além disso, ele possui capacidade de causar inflamação intestinal. “Logo tudo isso dificulta a absorção dos alimentos e de água, levando as diarreias explosivas características da doença”, ressalta Oliveira.

Sintomas

Os sintomas do rotavírus costumam durar de cinco a sete dias. “O principal sintoma é sem dúvida a diarreia liquida (com mais de cinco episódios por dia) e que na maioria das vezes não tem presença de sangue nas fezes. Os sintomas podem ter associados a vômitos, falta de apetite e algumas vezes febre. Os bebês de idade entre 3 a 15 meses tem maior chance de complicação.”, ressalta médica. 

Os principais sintomas de alarme estão associados à desidratação na criança: boca seca associada a batimento cardíaco alto, redução do volume da urina, criança em agitação ou cansada ou pouco responsiva ou com febre persistemente alta (geralmente acima de 39 graus). “Caso tenha algum destes sintomas deve-se procurar pronto atendimento imediatamente”, alerta Dra. Michele.

Outras formas de prevenção

A infecção pode ser evitada especialmente com medidas de higiene adequada, tais como: lavagem das mãos de forma adequada, garantir que a manipulação dos alimentos seja realizada de forma que mantenha a higiene e que a água seja adequada ao consumo.  

Tratamento

A principal palavra do tratamento chama-se hidratação. “É extremamente importante estimular a criança a ingerir líquidos de forma adequada para evitar a desidratação e complicações. Em casos graves, deve-se optar por internação hospitalar para hidratação endovenosa. Deve-se evitar uso de antibióticos ou antidiarreicos porque podem facilitar a ocorrência de complicações”, recomenda Dra. Michele. 

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