Segundo o informe da FVS, os casos confirmados da doença saltaram de 76 em fevereiro, para 336 casos confirmados em abril deste ano
Esporotricose humana é causada por fungo (Foto: Reprodução)
Os casos de esporotricose humana tem aumentado significativamente no Amazonas. De janeiro a 15 de fevereiro deste ano, foram confirmados 76 casos da doença em humanos, de acordo com informe da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP). Agora, segundo novo informe publicado pelo órgão nesta terça-feira (30), no primeiro quadrimestre deste ano, o número saltou para 336 casos confirmados. Ou seja, em dois meses o Amazonas apresentou um aumento de 342% de casos de esporotricose humana.
Ainda conforme o boletim, foram notificado a 465 casos de esporotricose de janeiro a abril de 2024, sendo 336 confirmados e 83 em investigação. Ainda não há mortes relacionados à doença. O boletim epidemiológico afirma ainda os casos confirmados correspondem a pessoas que moram em Manaus (331), Presidente Figueiredo (3), Barcelos (1) e Careiro (1).
Um dos casos confirmados na capital amazonense é o do auxiliar administrativo de 49 anos, Adzaney Lima, que está há dois meses enfrentando a doença.
Adzaney ressalta ainda que foi atendido por três clínicos-gerais que não identificaram a doença e só ao ser atendido por uma dermatologista na Fundação Hospitalar de Dermatologia Tropcial e Venereologia - Alfredo da Matta (Fuham) teve o diagnóstico correto.
Gato infectado pelo fungo causador da esporotricose (Foto: Arquivo Pessoal)
Se em humanos os casos da doença tem crescido, em animais o número é ainda mais alarmante. Conforme o boletim da FVS desta terça (30), com base nos dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Manaus notificou 501 casos de esporotricose animal de janeiro a abril deste ano. Destes, 319 foram confirmados e 195 estão em tratamento.
O boletim informa ainda que foram registrados 122 eutanásias/mortes. Os animais que mais foram afetados pela doenças foram os gatos, representando 96,2% do total de casos. Seguidos de cães (3,8%). Os animais envolvidos, segundo o boletim, são em maioria machos (70,1%).
Em entrevista à reportagem de A CRÍTICA, a médica veterinária Adriana Oliveira, especializada em medicina felina e diretora da Clínica Gatum - referência no tratamento da esporotricose - tem se observado um ‘surto’ da doença em Manaus, principalmente nos felinos.
Adriana reforça que os donos dos felinos devem estar atentos a qualquer sinal da doença. Se diagnosticado precocemente, é possível tratar da forma certa, evitando complicações como amputações ou, nos piores casos, a eutanásia.