Mesmo com os avanços, ainda há crianças não vacinadas que precisam ser encontradas e imunizadas
(Foto: Semsa)
No Amazonas, quase 100% das crianças menores de um ano foram vacinadas contra a poliomielite no ano passado. É o que mostram os dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em evento realizado, nesta terça-feira (23), em Brasília. Do total de crianças nascidas em 2023 no Amazonas, 108 ficaram sem a vacina. Meta de cobertura vacinal é de 95%.
De acordo com o levantamento realizado pelo Unicef, com base em dados do Ministério da Saúde, em 2023, nasceram 67.069 crianças no Amazonas e foram aplicadas 66.961 primeiras doses da Pólio Injetável, número quase igual ao total de crianças da faixa etária. Já em 2022, nasceram 72.519 crianças e foram aplicadas 76.515 primeiras doses da Pólio (VIP) – o que significa que foram aplicadas doses suficientes para atender a todas as crianças da faixa etária.
A ministra da Saúde Nísia Trindade participou do evento e acrescentou que, com relação a vacinação infantil, 13 das 16 vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI) tiveram recuperação de cobertura, e não apenas a vacina contra a poliomielite - doença contagiosa que pode causar paralisia. Ela ressaltou, porém, a importância da busca ativa pelas crianças não vacinadas como estratégia para fortalecer a imunização no país.
(Foto: Igor Evangelista/MS)
Após anos de queda na cobertura vacinal, o levantamento aponta que o Brasil conseguiu retomar o avanço na imunização infantil. Em 2022 nasceram 2,56 milhões de crianças no Brasil e foram aplicadas 2,32 milhões de primeiras doses da Pólio (VIP) – o que significa que 243 mil crianças não receberam a primeira dose da vacina. Em 2023, esse dado melhorou: nasceram 2,42 milhões de crianças no Brasil e foram aplicadas 2,27 milhões de primeiras doses da Pólio Injetável, ou seja, o número caiu para 152,5 mil de crianças sem vacina.
Para o representante do Unicef no Brasil, Youssouf Abdel-Jelil, a retomada da imunização no Brasil é um avanço que merece ser comemorado, mostrando um esforço do país para cuidar da saúde de cada criança. Ele ressalta, porém, que os desafios ainda existem e precisam ser adequadamente abordados.
O material destaca ainda que mesmo com os avanços, ainda há crianças não vacinadas no Brasil, que precisam ser encontradas e imunizadas, em um esforço conjunto envolvendo Saúde, Educação e Assistência Social. A diretora substituta do PNI, Ana Catarina de Melo Araújo, afirmou que a região Norte é onde concentra as menores coberturas, mas que esses dados precisam ser avaliados com cuidado, já que a falta de registro também afeta a região por conta das dificuldades logísticas.
Para contribuir com esse esforço nacional, o Unicef no Brasil conta com a estratégia Busca Ativa Vacinal (BAV), uma iniciativa para apoiar os municípios na garantia da imunização infantil. Os objetivos são: contribuir com os municípios na identificação de crianças menores de 5 anos com atraso vacinal ou não vacinadas; estabelecer estratégias para encaminhamento delas aos serviços de saúde e atualizações de vacinação; monitorar as coberturas vacinais; acompanhar a situação vacinal da população-alvo; e identificar e responder a vulnerabilidades que levam à não vacinação.