TRÁFICO

Promotor dá parecer favorável para prisão preventiva de Líder do tráfico na zona Leste de Manaus

Eduardo Queiroz Araújo, conhecido como "Foguinho", seria também um conselheiro de uma facção. Ele foi preso no Distrito Industrial

Joana Queiroz
online@acritica.com
03/05/2024 às 17:33.
Atualizado em 03/05/2024 às 17:33

Eduardo Queiroz Araújo, o Foguinho, suposto líder do tráfico na zona Leste de Manaus (Foto: Reprodução)

O promotor de justiça Iranilson de Araújo Ribeiro deu parecer favorável para transformar a prisão em flagrante de Eduardo Queiroz Araújo, conhecido como "Foguinho", 37, em prisão preventiva.

De acordo com Araújo Ribeiro, a prisão preventiva se dá por conta dos antecedentes de Eduardo.

“Eu sempre me manifesto pela conversão do flagrante em prisão preventiva, mas nem sempre é acatado pelo juiz, e nem sempre eu recorro, porque naquele momento estamos analisando o que a gente tem ali”, explicou.

Conforme Araújo Ribeiro, Foguinho não estava armado no momento da prisão, mas uma arma foi encontrada na casa dele. Não havia nenhum mandado de prisão em desfavor dele, porém o fato de ter uma arma em casa e já ter antecedentes o levou a dar o parecer pela prisão preventiva.

Conforme o promotor, a decisão tomada durante a audiência de custódia não impede que o promotor que está atuando nos processos de Foguinho, e até mesmo a Polícia Civil, que tem o maior conhecimento da situação dele, representem pela prisão preventiva do mesmo.

De acordo com a polícia, Foguinho é conselheiro da facção Comando Vermelho (CV) e líder do tráfico de drogas na Zona Leste. Ele foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, na terça-feira (30), por volta das 13h, na rua Burrié, 288, Distrito Industrial II, Conjunto Residencial Lula, Zona Leste.

Além da arma apreendida com o suspeito, também foram apreendidos quatro aparelhos celulares, um caderno de anotações e um aparelho DVR.

Promotor de justiça Iranilson de Araújo Ribeiro (Foto: Divulgação)

Foguinho foi colocado em liberdade, sem pagamento de fiança, na audiência de custódia na tarde de quarta-feira (1º). A decisão foi da juíza plantonista Rosália Guimarães. 

A magistrada também fundamentou a sua decisão com base no antigo 310 inciso III do CPP, que diz “A liberdade provisória pode ser concedida, com ou sem fiança, no caso de prisão em flagrante, em que o procedimento não tiver nenhuma violação das normas previstas em lei”

De acordo com o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Vinícius Almeida, a prisão de Foguinho representa o combate ao tráfico de drogas no estado.

“Ele estava coordenando a chegada de drogas não só na cidade de Manaus, mas também o envio dessa droga para outros estados. Digo isso para que a sociedade amazonense entenda a importância desta prisão. Esse é o trabalho que a gente vem fazendo, e temos as agências de inteligência trabalhando intensamente, entregando esses produtos para que a Polícia Civil possa realizar prisões eficientes”, afirmou o secretário.

 O Delegado-Geral Adjunto da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Guilherme Torres, destacou que o Denarc passou a investigar o suspeito após a Seai ter identificado que “Foguinho” havia reiniciado a movimentação do tráfico de drogas na Zona Leste. 
“A prisão de Foguinho é muito importante no combate ao tráfico de drogas. Essa prisão vai impactar diretamente na redução de homicídios na região”, pontuou Torres.

Histórico

Foguinho deu entrada no sistema prisional a primeira vez em 11 de outubro de 2005 acusado por crimes de tráfico e associação para o tráfico drogas. A partir daí, teria se tornando um dos principais pistoleiros da facção Família do Norte (FDN). 

Os crimes cometidos por ele seriam encomendados pelos narcotraficantes José Robe Fernandes Barbosa, o "Zé Roberto da Compensa" e Alan de Souza Castimár, o "Nanico". A maioria destes crimes ocorreram no bairro Armando Mendes. 

De acordo com as investigações da Polícia Civil, Foguinho seria um dos pistoleiros responsáveis pelas mortes no "final semana sangrento", ocorrido em julho de 2015 na capital Amazonense. Em 24 de maio de 2016, Foguinho foi preso com 150 quilos de drogas, avaliados em torno de R$ 650 mil. 

Ele esteve custodiado em várias Unidades Prisionais do Amazonas, ocupando sempre papel de "xerife" dentro do cárcere, sendo  considerado um dos membros mais atuantes da FDN. 

Em 2015, ele foi alvo da Operação Lá Muralla, realizada pela a Polícia Federal, que teve como objetivo desmantelar a facção FDN. Após o massacre ocorrido em 1 de janeiro de 2017, que resultou em 56 mortes no Complexo Penitenciário Anisio Jobim (Compaj), Foguinho e outros criminosos influentes da FDN foram transferidos para o Sistema Federal, visto que as mortes foram frutos de planejamento e ordens desses criminosos. 

Em novembro de 2020, ele retornou ao sistema prisional como membro da facção Comando Vermelho. Alguns dias depois, Foguinho estava nas ruas e junto ao CV continuou suas atividades criminosas, dominando o tráfico de droga bairro no Armando Mendes e em invasões vizinhas.

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