A velha busca pela paz no trânsito

O mês de maio já começou e, com ele, a Campanha Maio Amarelo, que alerta para segurança no trânsito. Infelizmente, tal alerta é muito necessário em face da situação de extremo perigo nas ruas e rodovias do País.

O Ministério da Saúde monitora as internações e mortes no trânsito e aponta que, em 2022, 34 mil pessoas perderam a vida no Brasil em razão de acidentes de trânsito. O número equivale às baixas de uma guerra. Além disso, foram contabilizadas 212 mil internações naquele ano, gerando um custo total de R$ 350 milhões para os cofres públicos.

O Brasil, enquanto Nação, precisa admitir que a violência no trânsito é um problema atroz que demanda enfrentamento. A Campanha Maio Amarelo, que começou em 2011, quando a ONU decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito, é um movimento importante, mas que perde qualquer eficácia se o alerta não for ouvido, se não forem adotadas políticas públicas adequadas, se não houver conscientização por parte de condutores e pedestres, o Maio Amarelo será apenas mais um mês colorido no calendário.

É uma ótima oportunidade para o Legislativo desengavetar projetos que visem a segurança no trânsito, como a implantação de ciclovias, benefícios aos bons condutores e punições mais severas aos criminosos do trânsito.

Este é um ponto delicado que merece especial atenção. A forma mais fácil e impune de matar alguém no Brasil é por atropelamento. Não é razoável que alguém se embriague voluntariamente e assuma a condução de veículo automotor, e venha a causar a morte de inocentes.

É claro que apenas punições mais rigorosas não resolvem o problema, mas pelo menos contribuiria para reduzir a sensação de impunidade. A medida imprescindível é a educação ampla, que começa na família, passa pela escola e segue para a vida. Por isso mesmo é uma empreitada de longo prazo.
 

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