AUMENTO DA SECA

Vazante do rio Negro se intensifica com queda de 24 cm em apenas um dia

Nesta segunda-feira (26), foi registrado que o rio baixou 24 centímetros, marcando a cota de 21 metros e 24 centímetros, a maior descida até o momento desde o início da vazante

Robson Adriano
online@acritica.com
26/08/2024 às 18:12.
Atualizado em 26/08/2024 às 18:22

Régua do porto de Manaus que mede os principais pontos da cheia já está completamente fora d'água, devido à vazante do rio Negro (Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA)

A descida do rio Negro se intensificou durante o fim de semana. Nesta segunda-feira (26), foi registrado que o rio baixou 24 centímetros, marcando a cota de 21 metros e 24 centímetros, a maior descida até o momento desde o início da vazante. Na mesma data em 2023, ano da maior vazante, o rio Negro alcançava a cota de 24 metros e 45 centímetros. Em comparação com a cota atual, o rio está 3 metros e 21 centímetros abaixo em relação ao ano passado.

Na última sexta-feira (23), o rio Negro atingiu a cota de 21 metros e 93 centímetros, e os números da vazante, segundo os dados catalogados pelo site do Porto de Manaus, têm apontado para descidas cada vez mais acentuadas. De acordo com a Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil (CPRM-SGB), o rio Negro tem uma probabilidade de 16% de ficar abaixo da mínima histórica, de 12 metros e 70 centímetros.

Descida do rio Negro já expõe grande quantidade de lixo na parte de baixo da ponte de São Raimundo (Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA)

Ainda conforme a projeção do CPRM-SGB divulgada na sexta-feira (23), existe a probabilidade de 65% de o rio Solimões “chegar à menor cota já observada em Tabatinga (AM), que é de -86 centímetros, registrada em 2010”. De acordo com André Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus (SUREG-MA), “o que irá definir a magnitude real dessa vazante é por quanto tempo as descidas devem se prolongar e o quanto o período chuvoso estará atrasado”.

Segundo o site do Porto de Manaus, desde o início da vazante em junho deste ano, o rio Negro já baixou 5 metros e 61 centímetros. Martinelli declarou que “já temos uma seca extrema estabelecida na região do Alto Solimões. No Médio Solimões até Manaus (AM), ainda não foram alcançadas as cotas que trazem transtorno, mas a tendência é que isso ocorra”.

Pilastras de sustentação da ponte sobre o rio Negro visíveis com o baixo nível do rio (Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA)

De acordo com o Boletim de Estiagem, divulgado no domingo (25), a estiagem já afeta 71.925 famílias, totalizando 287.701 pessoas. Um total de 20 municípios estão em estado de emergência: Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Beruri, Boca do Acre, Canutama, Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Lábrea, Pauini, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tapauá e Tonantins. As demais 42 cidades seguem em normalidade. 

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