Derrubando as barreiras para uma alimentação saudável

Os pilares para uma vida saudável todos já sabem: dieta regrada e prática de atividades físicas. No entanto, apesar de soarem simples, essas metas costumam se esbarrar em obstáculos ao longo do dia a dia, sejam eles relacionados à rotina de trabalho ou, até mesmo, a questões psicossociais. 

De acordo com a nutricionista Ana Rita Gaia Machado, a principal barreira que as pessoas costumam encontrar para não manterem uma alimentação regrada é a falta de tempo, resultante de uma rotina de vida puxada e exaustiva. "Desta forma, [as pessoas] acabam comendo alimentos ultraprocessados e de fácil preparo", disse a especialista.

Nesta missão, a nutricionista destaca a organização e o foco como sendo características indispensáveis. "Muitas vezes, é necessário preparar as refeições no fim de semana, com comida 'de verdade', organizando-as em porções rápidas e congelando os alimentos. Além disso, recomenda-se a escolha de alimentos de fácil preparo, mas saudáveis", reforçou.

Caso a rotina da pessoa não a possibilite de preparar suas próprias marmitas, há também outras opções, como procurar por restaurantes que trabalhem com refeições sob encomenda. "Nesses pratos, não podem faltar fibras, legumes, frutas e carnes, comidas de verdade. Atualmente, existem bolos e chips de banana que são saudáveis e vendidos prontos para o consumo imediato", acrescentou Ana Rita.

Compulsão

Entretanto, nem todos os empecilhos estão relacionados à rotina de vida ou à falta de disciplina. Em alguns casos, eles podem estar atrelados, também, à uma condição de compulsão alimentar.

Segundo a psicóloga Julia Akel de Oliveira Feitosa, para identificar possíveis sintomas desse transtorno, é importante observar se, em intervalos de curto tempo - de 2h em 2h, por exemplo -, a pessoa está consumindo uma quantidade de alimento muito maior que a de outras. Ou se ela sente que não consegue parar de comer e controlar o que está ingerindo.

"É fundamental também observar se, nesses momentos, a pessoa está comendo rápido demais, se fica se sentindo desconfortavelmente cheio, se está comendo mesmo sem sentir fome ou, ainda, se está se isolando por sentir vergonha do quanto está comendo e se sente alguma culpa ou remorso logo em seguida", completou a psicóloga.

O diagnóstico da compulsão alimentar é definido a partir desses episódios, analisando a periodicidade com que ocorrem e se o consumo excessivo de alimento vem acompanhado de uma sensação de falta de controle ou de um sofrimento marcante.

Júlia explica que o tratamento para o transtorno envolve, geralmente, a participação do psicólogo, do nutricionista e acompanhamento médico."A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ajuda a identificar e modificar padrões de pensamentos distorcidos e comportamentos que contribuem para a compulsão alimentar. Além disso, trabalhar com um nutricionista pode ajudar a desenvolver hábitos alimentares mais saudáveis e estabelecer uma relação saudável com a comida, como aprender a reconhecer os sinais de fome e saciedade, planejar refeições balanceadas e encontrar alternativas saudáveis para lidar com as emoções negativas", acrescentou.

Em alguns casos, porém, pode ser necessário o uso de medicamentos como antidepressivos, estabilizadores de humor ou remédios para perda de peso, para ajudar a controlar os sintomas da compulsão alimentar. "Lembrar que esses medicamentos devem sempre ser usados conforme a recomendação médica", finalizou a psicóloga.

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