Editorial

O Amazonas dos famintos

São 2 milhões de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar no Estado nos estágios moderado, leve e grave

acritica.com
27/04/2024 às 10:18.
Atualizado em 27/04/2024 às 10:18

(Foto: Agência Brasil)

Mais de 400 mil pessoas, no Amazonas, estão inseridas no quadro de insegurança alimentar grave, quando não há acesso a comida, de acordo com os critérios da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). No Brasil, a pesquisa sobre Segurança Alimentar, divulgada no dia 25, pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE),  aponta o Amazonas como um dos estados com maior incidência da condição aguda de falta de alimentos.

São 2 milhões de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar no Estado nos estágios moderado, leve e grave. O dado mostra a urgência de implantar políticas públicas nessa área a fim de enfrentar, com responsabilidade, a pobreza e a pobreza extrema as quais estão sendo empurradas milhares de famílias.      

O IBGE informa que o cenário de insegurança alimentar grave foi mais expressivo nas áreas rurais tendo como proporção, em domicílios particulares, 12.7% nessas regiões nas modalidades de insegurança alimentar moderada ou grave, e de 8,9% nas áreas urbanas. Se em 2013, a segurança alimentar atingiu o nível de 77,4% nos domicílios, nos anos de 2017 e 2018 caiu em 63,3% arrastando o país para ingressar mais uma vez no mapa da fome. 

No ano passado, as pesquisas do IBGE apontaram aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como diminuição na proporção de todos os graus de insegurança alimentar. Mas, o país permanece como um dos mais desiguais do mundo. Um por cento dos mais ricos têm rendimento aproximadamente 40 vezes mais do que 40% da população (dados do IBGE).

No Amazonas, a falta de alimento para 400 mil indivíduos demonstra o efeito da concentração da riqueza, a timidez de uma política governamental para atender a esse grupo de pessoas e desenvolver programas que progressivamente retirem os famintos dessa condição. O estado é o 19º na produção nacional de pescado embora tenha condições de melhorar a posição considerando o adequado manejo, bem como ampliar a produção de frangos, ovos, hortaliças, legumes, frutas que gerariam mais recursos financeiros, postos de trabalho e ampliariam as formas de acesso a alimentos por essa parcela mais pobre da população.

A fome é um ato de indignidade contra o ser humano e são muitos que estão submetidos a essa realidade que atinge principalmente mulheres e crianças. 
 

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