Planos

Líder em alertas, Manaus terá plano antidesastres

Iniciativa do Ministério das Cidades envolve pesquisadores de 20 universidades para construção de planos em cidades brasileiras

Waldick Júnior
waldick@acritica.com
27/04/2024 às 10:01.
Atualizado em 27/04/2024 às 10:01

Deslizamentos de terra estão entre as maiores ocorrências na cidade de Manaus, de acordo com dados da Defesa Civil (Foto: Márcio Silva)

Cidade do Brasil que mais registrou alertas de desastres naturais em 2023, Manaus terá, pela primeira vez, um Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR). O documento será elaborado por pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em parceria com a Defesa Civil Municipal. 

A iniciativa partiu do Ministério das Cidades do governo Lula, mais especificamente da Secretaria Nacional de Periferias e do Departamento de Mitigação e Prevenção de Risco. Outros municípios brasileiros também terão planos criados. O trabalho será feito por 20 universidades federais, incluindo a Ufam.

No Amazonas, o trabalho está sendo liderado pelo geógrafo e professor da Ufam, Rogério Marinho, que também é doutor em Clima e Ambiente. Para A CRÍTICA, ele informou que o plano tem previsão para ser concluído no primeiro trimestre de 2025. 

“Estamos na etapa inicial, com definições das áreas prioritárias para realizar o mapeamento e a definição da metodologia de avaliação das áreas de risco”, disse.  Segundo o professor, os pesquisadores têm experiências relacionadas à análise de áreas de risco a erosão, deslizamentos e inundações que ocasionam desastres em áreas urbanas ou ribeirinhas.

Ocorrências
Dados da Defesa Civil de Manaus apontam que, somente no ano passado, 1.716 ocorrências foram registradas na capital. O maior número é de deslizamentos de terra (556), seguido por alagamentos (546), desabamentos e tombamentos (287), erosões (166) e rachaduras (161). 

Um dos casos de maior repercussão ocorreu no dia 13 de março de 2023, quando um desbarrancamento, devido a uma forte chuva, acabou matando oito pessoas no bairro Jorge Teixeira, zona Leste da cidade. 

“Em 2023, Manaus foi a cidade mais impactada por desastres socioambientais em todo o Brasil. Além disso, em termos de alertas de eventos extremos, a capital amazonense ficou em terceiro lugar, atrás apenas de Petrópolis (RJ) e São Paulo (SP). Esses dados refletem a urgência do desenvolvimento de medidas efetivas de redução de riscos de desastres”, defende Rogério Marinho. 

Parceria
De acordo com o coordenador, o plano será desenvolvido com o apoio da Defesa Civil do município. “A relação tem sido bastante positiva, com ampla recepção do Secretário Executivo de Proteção e Defesa Civil de Manaus e apoio na definição de setores de risco prioritários para atuar na mitigação, além da disponibilidade ampla para a base de registros de ocorrências e pessoal de apoio”.

Conforme o planejamento, a prefeitura deverá criar um Comitê Gestor do Plano Municipal de Redução de Risco de Manaus para garantir a execução das estratégias previstas no futuro documento. 

O colegiado será composto pela Defesa Civil de Manaus, Secretaria Municipal de Assistência e Cidadania (Semasc), Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança Climática (Semmasclima), Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Secretaria Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Semhaf) e Instituto Municipal de Planejamento Urbano de Manaus (Implurb).

Segundo a Defesa Civil de Manaus, a capital do Amazonas possui cerca de 1,6 mil áreas de risco. Deste total, cerca de 600 são áreas com risco alto ou muito alto de haver ocorrências.

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