Em três rodadas na Série B, Onça só tem ataque superior a outros três times; Sassá, principal atacante da equipe, não balanças as redes há nove jogos
Sassá, principal nome do ataque do Amazonas na Série B do Brasileirão (Foto: Paulo Bindá/A Crítica)
O Amazonas encerrou a terceira rodada da Série B do Brasileirão na zona de rebaixamento da competição. O clube aurinegro entrou para a partida contra a Ponte Preta ocupando a 15ª posição e saiu na 18ª. A Onça-Pintada pontuou apenas uma vez na 2ª divisão e neste momento está acima somente de clubes que ainda não somaram pontos.
O duelo contra a Ponte Preta, disputado na última segunda-feira e que terminou 3 a 0 para os paulistas, escancarou alguns problemas que o Amazonas apresentou ao longo desta Série B, a criação deficitária. Apesar de ser início de competição, os três jogos que o Amazonas disputou até aqui, foram de um time que teve enorme dificuldade em criar oportunidades de gol. Em três rodadas, o Amazonas marcou duas vezes (ambos os gols contra o Sport Recife na estreia), desde então o clube enfrenta um jejum, que se adicionar a Copa do Brasil são de três jogos.
A Onça só tem números de gols marcados superior a três equipes: Guarani, Avaí e Paysandu. Os dois primeiros fazem companhia ao time aurinegro na zona de rebaixamento e o Papão é primeiro fora.
O treinador Adilson Batista comentou sobre o desempenho da partida logo após o jogo. Em análise, antes de tomar o primeiro gol, o Amazonas criou uma oportunidade de marcar com Matheusinho, chance não aproveitada e que para Adilson, logo após a oportunidade, a Ponte Preta dominou a partida.
O treinador falou sobre produtividade e mesmo com uma melhora de performance nos 45 minutos finais da partida, Adilson frisou que não houve chances claras de gol.
A leitura de Adilson Batista corrobora os números do jogo. O segundo tempo de fato melhora para o Amazonas que equilibra e supera a posse de bola da Ponte Preta em números finais. Em termos de finalização, os números apontam que a Onça se aproximou da Ponte Preta, mas um detalhe chama atenção: a baixa precisão dos atacantes.
Em números absolutos, Ponte Preta e Amazonas terminaram a partida com 16 e 10 finalizações respectivamente. Mas a diferença está nos chutes certos. A Macaca, em 16 finalizações, acertou seis na direção do gol e ainda contou com uma bola na trave e um gol anulado. Já o Amazonas, em dez chances criadas, apenas duas foram em direção ao gol. Apenas 20% das oportunidades de fato fizeram o goleiro da Ponte Preta trabalhar.
Personagem central do Ataque do Amazonas, o atacante Sassá - ídolo recente do clube - enfrenta o seu maior jejum de gols desde que chegou ao Amazonas, em maio de 2023. O atacante não marca gols há nove jogos. Desde o dia 6 de março, quando marcou dois gols contra o Capital-TO em jogo da Copa Verde, Sassá não sabe o que é balançar as redes.
Com o recorte reduzido aos jogos da Série B, os números ficam ainda mais escassos. Nas três partidas disputadas até aqui, Sassá entrou como titular em todas e teve uma média de 77 minutos por jogo, a produção média do ‘striker’ é de apenas 1,3 finalizações por jogo. A média de chutes certos cai vertiginosamente, apenas 0,3, escancarando dois pontos sobre a produtividade do Amazonas: dificuldade de municiar seu principal atacante e de finalização em direção ao gol.
O Amazonas conta com um trunfo no banco de reservas, o atacante Jô. Contudo, o experiente jogador se tornou desfalque de última vez quando acabou detido pela Polícia Civil de São Paulo pelo não pagamento de pensão alimentícia. A partida contra a Ponte seria a primeira de Jô como titular e ao lado de Sassá. Dos dois gols anotados pelo Amazonas na Série B, Jô foi o autor de um.
Apesar do infortúnio para o Amazonas, Jô foi solto mediante ao pagamento dos débitos e se reapresenta nesta quarta-feira para os treinamentos do Amazonas para o duelo contra o Santos, no próximo sábado, na Arena da Amazônia.
Até lá, o Amazonas de Adilson Batista, Sassá, Jô e companhia, terá muito trabalho para ajustar o poderio ofensivo amazonense e torná-lo produtivo contra, talvez, o principal adversário da Onça nesta Série B.